Quer saber o que é ser mãe? As dificuldades e facilidades? Confira o relato de três fortes mulheres.
Que ser mãe é algo desafiador e maravilhoso, todo mundo sabe. É o que sempre dizem: “ser mãe é padecer no paraíso”, ou seja, sofrer, alegrar, suar e amar ao cuidar da coisa mais importante de sua vida.
Quem é mãe, sabe bem do que estamos falando, mas, quem não é, infelizmente não vai conseguir saber afundo que sentimento é esse. Foi pensando nisso que convidamos três fortes mães para falar um pouco sobre a experiência difícil, mas gratificante que é a maternidade. Prepare o coração e vamos lá:
Marcella Reis tem 23 anos e é mãe do Matheus, de dois anos, e eles moram junto com Vitor, pai e companheiro, na Bahia, longe da família que reside em Belo Horizonte. Sendo mãe nova, ela conta que aprendeu – e ainda aprende – como ser mãe meio que “no susto”. Ela diz: “filho é a coisa mais maravilhosa na vida de uma mãe. São tantas as expectativas antes de nascer, e quando nasce nem tudo sai como a gente imaginou”.
Para ela, o maior desafio é saber se ela está acertando como mãe, ensinando da maneira certa, alimentando da maneira certa. Segundo a jovem mãe, “todo meu tempo é dedicado a ele. Nisso, temos muitos momentos de alegria, de novidades para o meu pequeno, mas também existem aqueles momentos de birra, que são terríveis, às vezes me dá vontade de sair correndo pra um lugar sem barulho nenhum e ficar sozinha”.
“O dia é sempre muito cansativo, ainda quando se é mãe longe da família, mas um simples sorriso, um beijo, ouvir um ‘mamãe eu te amo’, paga qualquer esforço, apaga qualquer lágrima. É a sensação mais louca dessa vida. Um amor que saiu d dentro de mim, que tem suas vontades e opiniões, mesmo que ainda pequeno, que me deixa louca e apaixonada ao mesmo tempo. Estou sempre ensinando e aprendendo com ele”, nos conta Marcella.
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Fernanda Carvalho, de 31 anos, é mãe de primeira viagem. Ela deu a luz à sua primeira filha, Helena, em dezembro de 2016 e ainda se adapta a sua nova vida de mãe.
Em relato emocionante, Fernanda abre seu coração sobre a gravidez. Ela nos conta que, desde a confirmação de sua gravidez não planejada – mas sempre desejada – ela confirmou sua total transformação, que transfiguraria seu corpo, sua mente, seus planos e todo o seu ser. “Sim, por mais clichê que seja, quando uma mulher engravida ela renasce. É, de fato, outro ser”, afirma.
Ela conta que a vida de mãe começou desde a confirmação e já sentia isso no seu próprio corpo: “durante a gravidez inteira, não teve um só dia em que não tenha reparado, escutado e sentido uma transformação no meu corpo. A dor física passou a ser minha companheira por toda a gravidez. Eu sentia câimbras devastadoras e uma dor nas costas que me faziam chorar, e com isso desencadeava irritação e medo. Nunca senti algo igual. Mas, por contrapartida, a sensação de sentir o bebê mexer é a coisa mais gostosa de todo esse período... No início parece meio absurdo e ao mesmo tempo a sensação de plenitude, de força e gratidão são muito fortes. A partir do momento em que sentimos o bebê mexer, o amor toma conta da nossa vida de uma maneira absurda. É uma sensação linda e pura”.
Um grande companheiro desse processo foi o medo. Ela nos conta que teve “medo de várias coisas... da morte, do trânsito, das pessoas, de perder alguém da família... Medo de ficar e estar sozinha. Medo de não conseguir parir, amamentar, de cuidar de um bebê. A certeza de que o bem estar do seu filho depende muito dos seus cuidados e amor, apavora demais”.
Mesmo com medo, Fernanda sentiu coisas boas inexplicáveis durante a gravidez: “a alegria surge como brisa em momentos únicos, como por exemplo, na descoberta do sexo, na escolha do nome, na compra do quarto, do enxoval, ao ganhar presentes, nas consultas médicas, nos encontros de família, ao imaginar como será o rosto... Quando Helena nasceu e eu vi seu rosto pela primeira vez, os sentimentos de amor e alegria transbordaram... é algo indescritível, emocionante”.
“Sempre que me lembro do parto da Helena eu me emociono. Assim que ela nasceu, eu senti que eu renasci, e isso foi exatamente quando ouvi o choro da minha filha, como se dissesse: - Mamãe, a partir de agora vamos juntas. Helena estava ali nos meus braços e só isso bastava para eu sentir uma gratidão absurda ao Universo. Minha filha é minha vida agora. E pronto”, desabafa.
Com um parto pouco traumático, ela nos conta da dificuldade que foi a amamentação: “é fácil resumir o início da amamentação: dói muito! Te faz se sentir culpada e incapaz. Depois que passou esse primeiro mês (sim, sofri por um mês inteiro), a amamentação se tornou a coisa mais gostosa da maternidade. Vê-la se alimentando, nutrindo de leite e do meu amor, é a coisa mais linda e sublime”.
Fernanda descreve a maternidade como uma montanha-russa: “vamos do céu ao inferno em questão de minutos. Toda a transformação física e emocional acontece sem máscaras, sem filtro, sem pudor. Todos os seus planos mudam e você entende que vai demorar bastante para que consiga estar sozinha novamente. O que posso dizer com toda certeza é que me sinto feliz em um espaço e tempo de caos externo e interno. Helena é uma criança linda, calma, saudável! Eu enxergo felicidade na minha transformação. E isso basta”.
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Aurea Avila mora em Porto Alegre e é mãe de Paula, que já é adulta e mora com o marido na cidade de sua mãe. Ela afirma que “o amor na maternidade supera todas as dificuldades e desafios, principalmente no meu caso, que não tive o apoio do pai da minha filha. Fui mãe e pai e sustentei, eduquei e orientei a Paula para a vida. Não me arrependo de nada e faria tudo de novo se necessário, tudo pelo grande amor que nos une. E como todo mundo diz: filho é para sempre. Hoje, além de filha, ela é minha grande amiga”.
Por fim, podemos dizer que o amor supera tudo, certo? Apenas quem é mãe conseguem definir esse “paraíso controverso”, cheio de amor, dor e muita plenitude.